Nota de Repúdio – GT Mulheres MCCE
O Grupo de Trabalho Mulheres, do Movimento de Combate à Corrupção – MCCE, repudia os ataques sofridos por senadoras durante sessão da CPI da Covid e também nas redes sociais. Ao garantirem o direito de participar da Comissão fazendo perguntas aos convidados e convocados – mesmo após terem sido privadas de estar entre os titulares e suplentes – as Senadoras continuam tendo sua atuação questionada por seus pares e mentiras disseminadas em plataformas de mídia social.
O acordo feito entre a Bancada Feminina e a CPI é de que, pela falta de assentos, elas poderão participar em um esquema de rodízio (uma Senadora por etapa) e terão direito a fazer perguntas antes do membros da Comissão, uma concessão à regra regimental que determina que parlamentares titulares da Comissão sejam os primeiros a falar. Acordo que foi questionado por senadores, que continuam a interromper falas de suas colegas nas sessões. Ao exigir o direito de seguir com sua fala, uma das senadoras precisou ouvir que “não deveria ficar nervosa”.
A falta de indicação de senadoras para a CPI da Covid pelos partidos escancara, mais uma vez, a subrepresentação das mulheres nos espaços públicos de poder. As mulheres formam 52% da população brasileira e foram extremamente atingidas pela pandemia do COVID-19, que agravou o desemprego entre as mulheres, a violência de gênero e sobrecarregou ainda mais mulheres chefes de família. A participação feminina em uma comissão que investiga a gestão pública da pandemia deveria ser prioridade no Congresso Nacional.
É grave que as senadoras precisem lutar pelo seu direito de participação – que foi garantido de forma precária com a participação de uma senadora por etapa e sem direito de apresentar requerimentos ou votar – e ainda sofram ataques de seus pares. O GT Mulheres do MCCE continuará vigilante diante do cerceamento dos direitos das mulheres e seguirá trabalhando pela paridade de gênero em todos os espaços de decisão e poder.